Cidade de Goiás
Em Goiás, a ocupação não se iniciou com os bandeirantes Há registros de ocupação humana na área do Planalto Central desde 11.000 anos antes do presente, por grupos de caçadores e/ou coletores. As formações existentes no cerrado de Goiás – grutas, lapas, cavernas, paredões de rocha – favoreciam abrigos àqueles que estiveram primeiramente no Estado.
A cidade de Goiás tem quase trezentos anos de história institucional. Ela nos remete ao início da ocupação europeia nos territórios do Brasil Central. De acordo com a história oficial, sua gênese tem início no ano de 1727, com o assentamento bandeirante de Bartolomeu Bueno da Silva Filho, inicialmente chamada de Arraial de Sant’Anna.
Em 1748, Vila Boa de Goiás torna-se distrito sede da então Capitania de Goiás. Em 1818 foi elevada à categoria de cidade e passou a se chamar Cidade de Goyaz. Permanece como capital estadual até 1937, quando é transferida para o recém construído município de Goiânia. Daí em diante, a cidade de Goiás passou a ficar conhecida como “Goiás Velho”, uma maneira pejorativa de afirmar a cidade como retrato do antigo e do atraso.
De fato, a paisagem da cidade, de aspecto antigo, colonial, pouco se alterou no passar dos anos, a cidade, de certa maneira, resistiu a modernização. É possível reconhecer nas ruas do seu centro histórico o mesmo desenho urbano retratado em documentos dos séculos XVIII e XIX.
Assim, no ano de 2001, aquilo que era usado como pejorativo, lhe conferiu o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. Esse reconhecimento internacional não se deu de uma hora pra outra, desde a década de 1940 existem esforços de preservação de edifícios e espaços públicos como patrimônios históricos.
A despeito do apelido de “velho”, Goiás não foi considerada como Patrimônio Mundial somente pela idade. O título lhe foi atribuído pelo fato de ainda manter as características originais de uma povoação bandeirantista de exploração aurífera do séc. XIX, por adaptar técnicas e materiais de construção europeias num território tão afastado da(s) metrópole(s) e ter preservado, intencionalmente ou não, sua paisagem histórica.